Uma volta até a Argentina e pela fronteira noroeste do RS

O amanhecer em Tiradentes do Sul

Depois de uma boa e longa noite de sono, recuperando as energias para mais uma aventura. Acordamos cedo, um café rápido e lá vamos nós pegar as motos. Era por volta de 6 horas da manhã quando cruzamos pela pequena cidade de Tiradentes do Sul em busca da rodovia RS-468 que leva a nosso destino, o Porto Soberbo, onde pegaríamos a balsa para fazer a divisa entre o Brasil e a Argentina, na região do Alto Uruguay.

Naquele tempo estavam a fazer o asfalto que levava até o porto, pegamos boa parte de rípio, onde eu tive que ir cautelosamente, pois minha moto na época não era tão favorável a este tipo de estrada, por ter o pneu liso.

Chegando lá tivemos que esperar a balsa. O porto estava em um dia bem agitado naquela manhã de segunda-feira, a fila de carros a atravessar com nós estava aumentando a cada poucos minutos. Fiquei conversando, descobrindo um pouco da história local.

Finalmente por volta das 7 horas e 30 min o porto abre para ingressar sua primeira balsa as 8 horas.
Começam os câmbios de moedas e a venda das passagens para a balsa. Garantimos a nossa travessia, e fomos nos adentrando na aduana, um dos que coordenava nos deu umas dicas e falou de algumas regras para a travessia com produtos da Argentina para o Brasil.

A balsa parte do outro lado do rio Uruguay em nossa direção, esperava ansioso pois esta era a primeira vez na qual estava saindo do país. Cruzou rápido o longo trajeto do rio, quando atracou do nosso lado, logo fomos entrando para dentro dela, e achando um lugarzinho para ficar.

Ela parte, um tanto mais vagarosamente por estar lotada, mas vai firme, lutando contra a correnteza do rio. Minutos mais tarde, chegamos em solo argentino. Subimos para passar pela aduana Argentina, só para uma rápida checada em nossos documentos e podemos percorrer as suas ruas.

Então começamos a explorar a cidade de El Soberbio, na província de Missiones. Percorremos algumas ruas, paramos em lojas de artesanato, e algumas lojas maiores, tínhamos pouco tempo para voltar e pegar ainda a última balsa da manhã que partia as 11 horas e só voltava a transladar mais tarde, as 14 horas. Percorremos o máximo que podíamos, quando estava acabando nosso tempo, fizemos uma parada em um bar local para tomar alguma cerveja Argentina.

Saciados, é hora de voltar ao Brasil, fomos até a aduana Argentina, onde compramos a passagem para o ultimo translado da balsa pela manhã. Com alguns presentinhos comprados lá.

Já no lado brasileiro, passamos pela aduana, e um ultimo adeus para a balsa, e de volta a estrada, pois iriamos para uma colonia militar na parte da tarde. Meu amigo, como foi criado naquela região e conhecia tudo por lá, me guiou para almoçarmos em uma 'prainha' que havia mais adiante ali na costa do rio Uruguay.

Almoçamos, exploramos o local, algumas fotos para relembrar nesses anos seguintes, e novamente para cima das motos, andar até uma pequena colonia militar que havia a uns bons quilômetros dali.

Chegando lá, interessei-me pela historia local, onde funcionava a muitos anos atras um pequeno porto no local, com um exercito para proteger a fronteira ainda nos tempos da Guerra da Cisplatina. Que foi um conflito ocorrido entre o Império do Brasil e as Províncias Unidas do Rio da Prata (Argentina), no período de 1825 a 1828, pela posse da Província Cisplatina. Na historiografia Argentina é denominada como Guerra do Brasil ou Guerra Contra o Império do Brasil. Em outras palavras, uma guerra para ver quem controlava os rios para o transporte da prata.

Depois de uma boa aula de história e algumas fotos mais. Partimos em busca de uma velha olaria para adquirir um pouco mais de conhecimento. Paramos para ver um galpão com folhas de fumo, ao longo do caminho para chegar a olaria.

Ao chegar lá vi como os tijolos são feitos, da terra vermelha ao forno, do monte de terra vai para a prensa, desta vai para a esteira para ser separados nas prateleiras, antes de ir ao forno. Perguntas aqui curiosidades ali. Assim fui conhecendo.

Saindo de lá, andamos por outros caminhos onde descobrimos uma pequena usina hidroelétrica que estava a ser construída. Ligeiramente paramos para explorar o local. Entrar onde vai ser o duto, ver aonde iria as turbinas que gerariam a eletricidade. Sem contar que fui dar uma espiadinha na represa.

Após o descoberto retornamos para nosso QG em Tiradentes do Sul. Chegamos no final do dia em casa quase. Descansamos um pouco e fomos aproveitar um pouco a noite em Três Passos, depois disso, voltamos para casa para descansar e se preparar para o dia seguinte.