Foto: Pioneiro/Divulgação
No dia 17 de maio ocorreu a 37ª Romaria dos Motociclistas que seguiram até Caravaggio, interior de Farroupilha. Segundo organizadores, cerca de 18 mil motociclistas tomaram conta da esplanada do Santuário. Dentre eles, grupos que vieram de cidades vizinhas e até de fora do Estado, em busca de um pouco de fé, paz e oração.
A grande celebração, no auge das 11 horas, teve momentos de emoção com a lembrança de pessoas vítimas de acidentes de trânsito e a Oração do Motociclista, escrita para a primeira edição oficial do evento, em 1979. Padre Roque Grazziotin, um dos idealizadores da Romaria, padre Norberto Coltro e o reitor do Santuário, padre Gilnei Fronza realizaram a celebração.
Este evento ocorre desde 1979, quando ocorreu primeira pré-romaria com um grupo de 48 motociclistas saindo do campo do Caxias. “Na época, não existiam muitas motos e quem andava nelas não eram bem vistos, por isso ocorriam muitos acidentes com os motoqueiros. A ideia da romaria surgiu para que nos vissem como ‘gente boa’ e também para conscientizar a sociedade sobre os perigos e o respeito no trânsito”.
No ano seguinte, o grupo foi convidado para participar do centenário do Santuário e reuniu então 220 motos, na terceira edição foram 500. Neste ano, como foi fito acima, mais de 18 mil motociclistas rodaram até o Santuário. A expectativa é de que esse número seja superado nas próximas edições pelo grande volume de motocicletas que existem atualmente mas, principalmente, pela tradição de agradecer e pedir proteção à Nossa Senhora de Caravaggio.
Um pouco de história:
A história relatada abaixo é atribuída à fé católica. O município de Caravaggio, terra da aparição, se encontrava nos limites dos estados de Milão e Veneza e na divisa de três dioceses: Cremona, Milão e Bérgamo. Ano de 1432, época marcada por divisões políticas e religiosas, ódio, heresias, assolada por bandidos e agitada por facções, traições e crimes. Além disso, teatro da segunda guerra entre a República de Veneza e o ducado de Milão, passou para o poder dos venezianos em 1431. Pouco antes da aparição, em 1432, uma batalha entre os dois estados assustou o país.
Neste cenário de desolação, às 17 horas da segunda-feira, 26 de maio de 1432, acontece a aparição de Nossa Senhora a uma camponesa. A história conta que a mulher, de 32 anos, era tida como piedosa e sofredora. A causa era o marido, Francisco Varoli, um ex-soldado conhecido pelo mau caráter e por bater na esposa. Maltratada e humilhada, Joaneta Varoli colhia pasto em um prado próximo, chamado Mezzolengo, distante 2 km de Caravaggio.
Entre lágrimas e orações, Joaneta avistou uma senhora que na sua descrição parecia uma rainha, mas que se mostrava cheia de bondade. Dizia-lhe que não tivesse medo, mandou que se ajoelhasse para receber uma grande mensagem. A senhora anuncia-se como “Nossa Senhora” e diz: “Tenho conseguido afastar do povo cristão os merecidos e iminentes castigos da Divina Justiça, e venho anunciar a Paz”. Nossa Senhora de Caravaggio pede ao povo que volte a fazer penitência, jejue nas sextas-feiras e vá orar na igreja no sábado à tarde em agradecimento pelos castigos afastados e pede que lhe seja erguida uma capela. Como sinal da origem divina da aparição e das graças que ali seriam dispensadas, ao lado de onde estavam seus pés, brota uma fonte de água límpida e abundante, existente até os dias de hoje e nela muitos doentes recuperam a saúde.
Joaneta, na condição de porta-voz, leva ao povo e aos governantes o recado da Virgem Maria para solicitar-lhes – em nome de Nossa Senhora – os acordos de paz. Apresenta-se a Marcos Secco, senhor de Caravaggio, ao Duque Felipi Maria Visconti, senhor de Milão, ao imperador do Oriente, João VIII Paleólogo, no sentido de unir a igreja dos gregos com o Papa de Roma. Em suas visitas, levava ânforas de água da fonte sagrada, que resultavam em curas extraordinárias, prova de veracidade da aparição. Os efeitos da mensagem de paz logo apareceram. A paz aconteceu na pátria e na própria Igreja (veja Concílio de Basileia-Ferrara-Florença).
Até mesmo Francisco melhorou nas suas atitudes para com a esposa Joaneta. Sobre ela, após cumprida a missão de dar a mensagem de Maria ao povo, aos estados em guerra e à própria Igreja Católica, os historiadores pouco ou nada falam. Por alguns anos foi visitada a casa onde ela morou que, com o tempo desapareceu no anonimato.
Abaixo segue algumas fotos do evento, onde estivemos.
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O antigo Santuário |
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Dentro do antigo Santuario |
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A imagem de Nossa Senhora |
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Motos em frente ao Santuário |
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Gabriel e Letícia apreciando a vista atrás da capela |
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Visão para os campos atrás da Capela |
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O tempo estava muito agradável |
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Diversas motocicletas, lado a lado |
Fotos: Gabriel Mayer
Quero ir nesta romaria ano que vem já de moto nova!!
ResponderExcluirVai que vale a pena! E nos encontramos por lá!
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