A história da Motocicleta


Motocicleta:
s.f. Veículo de duas rodas, semelhante a uma bicicleta, mas acionado por um motor, com capacidade para transportar apenas um condutor e um passageiro.
(Etm. moto + cicleta)
Sinônimos de Motocicleta: moto, motoca e motociclo.

A moto foi uma das maiores invenções, e uma mais importantes e significativas do século XIX, dado que revolucionou o seu tempo e abriu novos horizontes. Conheça a história de um dos meios mais utilizados em todo o mundo, a motocicleta.

Sylvester Roper e seu protótipo

O aparecimento da moto

O aparecimento da motocicleta deu-se no ano de 1869 e deve-se à ação do francês Louis Perreaux e do americano Sylvester Roper que, ao mesmo tempo e sem se conhecerem, tiveram a ideia e começaram a criar um tipo de bicicleta equipada com motor a vapor. Nessa época, os meios de transportes principais, como os navios e as locomotivas eram movidos a vapor tanto na Europa como nos Estados Unidos da América (EUA) e isso serviu de inspiração tanto a Perreaux como a Roper. A máquina foi construída com um motor a carvão vegetal de dois cilindros, com bielas ligadas a uma manivela na roda traseira. No entanto, o motociclista era colocado sobre uma grande roda dianteira e essa era uma posição muito desconfortável. Tratou-se da primeira experiência em adaptar um motor a vapor para os veículos mais leves. Muitas outras experiências sucederam e mesmo com o advento do motor a gasolina, as experiências continuaram para lá do século XX e  XXI, com os novos motores a eletricidade.

Gottlieb Daimler e sua motor de combustão interna

A introdução dos motores de combustão interna

Para muitos, a invenção da moto só aconteceu a partir do momento em que os veículos de duas rodas começaram a circular com motores de combustão interna. Nesse sentido, o primeiro a fazê-lo com sucesso foi o alemão Gottlieb Daimler que, em conjunto com Wilhelm Maybach, em 1885, instalou um motor a gasolina numa bicicleta de madeira adaptada. A moto de Daimler apresentava estas características principais:

  • Um motor a gasolina de quatro tempos do ciclo Otto com um único cilindro que se encontrava montado no centro do veículo;
  • Uma roda traseira e dianteira de igual dimensão com aros de madeira e ferro;
  • Uma roda lateral de mola em cada lado do veículo para atribuir uma maior estabilidade;
  • Um chassis com uma armação em madeira;
  • Um design pesado, áspero e desconfortável, daí ser apelidada de “quebra-ossos”.


O motor de combustão interna possibilitou a produção de motos à escala industrial, mas dividia a preferência dos utilizadores com os motores de dois tempos, que eram menores, mais leves e baratos. Contudo, uma das maiores dificuldades dos fabricantes de motos foi onde instalar o motor, se no selim, dentro ou sob o quadro da bicicleta ou no cubo da roda dianteira ou traseira. Inicialmente, como não havia consenso, todas as alternativas foram adotadas e só no início do século XX é que os fabricantes decidiram que o melhor local para colocá-lo seria na parte interna do triângulo formado pelo quadro. Essa foi a opção mais viável para andar de moto com segurança e mantém-se atual.
A primeira fábrica de motos

A primeira fábrica de motos surgiu em 1894 na Alemanha e chamava-se Hildebrand & Wolfmüller. No ano de abertura foram produzidos mais de 200 veículos, o que foi um autêntico sucesso comercial. A Hildebrand & Wolfmüller também se destacou por ter sido a responsável pela criação do sistema de arrefecimento que tinha como objetivo principal o arrefecimento do motor das suas motos.

O motor de DeDion-Bouton

O motor DeDion-Bouton

Em 1895 surgiu o motor que viria a revolucionar a indústria motociclística à escala mundial, o DeDion-Bouton. Tratava-se de um motor de quatro tempos de alta rotação, leve e com meio cavalo de potência. É nesta altura que as motos passaram a ter potência e isso fez com que todos os fabricantes adotassem este novo sistema na construção dos seus modelos. Um dos exemplos mais conhecidos é o do fabricante americano Harley Davidson que passou a incorporar o motor DeDion-Bouton em todos os seus modelos.

A produção de motos a partir do século XX

No início do século XX assiste-se a um enorme crescimento em todo o mundo no que à produção de motos diz respeito. Na Europa existiam cerca de 43 fábricas de motos, ao passo que nos EUA, as primeiras fábricas – Columbia, Orient e Minneapolis – surgiram em 1900, chegando a 20 empresas em 1910. Este foi um período de desenvolvimento onde se introduziram todo o tipo de inovações e aperfeiçoamentos. De todas as alterações que foram realizadas a partir do século XX, evidenciam-se as seguintes:

  • A evolução dos motores: de um a cinco cilindros e de dois a quatro tempos;
  • As suspensões foram aperfeiçoadas para oferecer um maior conforto e segurança. O destaque vai por completo para a fábrica alemã NSU que, em 1914, já oferecia a suspensão traseira do tipo mono choque como hoje é utilizada;
  • Introduziram-se os braços oscilantes na suspensão traseira das motos;
  • Os pneus passaram a ser mais resistentes;
  • Começaram-se a utilizar os travões de disco nas provas de velocidade.


Cada fabricante procurava ser o mais original possível e isso fez com que a produção de motos evoluísse para um patamar de excelência.

A introdução das marcas japonesas

Após a Segunda Guerra Mundial, assiste-se à entrada em cena dos fabricantes japoneses no panorama motociclístico mundial. A produção de novos modelos veio revolucionar o mercado e, de certa forma, acabou por introduzir uma nova visão na mente de todos os admiradores dos veículos de duas rodas. As motocicletas passaram a estar dotadas de alta tecnologia e tinham motores cada vez mais leves e potentes. O seu design moderno, baixo custo e promessa de máximo conforto, cativou vários mercados e fez com que milhares de fábricas em todo o mundo fechassem as suas portas. Atualmente, o mercado está equilibrado e regularmente aparecem novos modelos vanguardistas com o intuito de satisfazer todo o tipo de gostos e preferências.

Fonte: motoclube.com

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